TEXTO 1 - Descartes : Discurso do método

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Hannah BLUE

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16 de jan. de 2008, 00:40:5916/01/2008
para Midiateca da HannaH
TEXTO 1 - Descartes : Discurso do método
As regras do método.

René Descartes (1596-1650) : Francês. Racionalista. Dualista. Criador
da geometria analítica. Foi o fundador da filosofia dos novos tempos.
Descartes era um homem altamente agitado, que mudava com freqüência de
casa em busca de paz de espírito, mas igualmente um homem
profundamente comprometido com os prazeres de ficar na cama, hábito
que ele conservou a vida inteira. A cama foi onde ele encontrou
estímulo para fazer do pensamento a essência mais depurada do ser
humano.
Estava convencido, assim como Sócrates, que a razão era o único meio
de se chegar a um conhecimento seguro.
1. Como Descartes justifica a necessidade de novas regras do método?
Discurso :
1. Segmento contínuo de linguagem que contém mais de uma frase :
conversas, narrativas, argumentos, falas.[1]
1. Exposição metódica sobre certo assunto; arrazoado. 2. Raciocínio,
Discernimento [4]
Método :
1. Caminho pelo qual se atinge um objetivo. 2. Modo de proceder,
maneira de agir. 3. Tratado elementar [4]

Para Descartes o homem é essencialmente um "animal racional", porém,
nem todos os homens utilizam corretamente a capacidade de bem julgar e
de discernir o verdadeiro do falso, ou seja, a razão. Para Descartes
"O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo" [2] , sendo
assim o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso está
presente em todas as pessoas, as eventuais diferenças decorrem do fato
de que tomamos caminhos diferentes ao procurar a verdade, não
consideramos as mesmas coisas.
Duas passagens chamam a atenção no livro de Descartes (Discurso do
método [2]), são elas :
1. "...meu propósito não é ensinar aqui o método que cada um deve
seguir para bem conduzir sua razão, mas somente mostrar de que modo
procurei conduzir a minha".

2. "...Mas, propondo este escrito apenas como uma história, ou, se
preferirdes, apenas como uma fábula"
Neste caso pode-se concluir que Descartes estava escrevendo um
raciocínio próprio (veja as definições na questão 1) , uma espécie de
narrativa sobre seu método, incluindo no livro passagens sobre sua
carreira e doutrina. Desta forma, baseado em sua experiência, doutrina
e história coberta de méritos e sucessos, Descartes tenta justificar a
necessidade de um método, ou seja, um caminho certo, seguro, que leve
todas as pessoas à mesma verdade.

2. Que papel jogam as regras?
Regra:
1. Aquilo que regula, dirige, rege ou governa. 2. Fórmula que indica
ou prescreve o modo correto de falar, de pensar, de raciocinar, agir,
num caso determinado. [4]
Método :
1. Caminho pelo qual se atinge um objetivo. 2. Modo de proceder,
maneira de agir. 3. Tratado elementar [4]
As regras propostas por Descartes, constituindo-se em um método,
reúnem os quatro principais fatores de redução de problemas
(evidência, análise, síntese e desmembramento). Desta forma Descartes
procura reduzir um problema complexo a suas noções simples. A
aplicação recursiva do método torna problemas muito complexos em
complexos, moderadamente complexos, pouco complexos, simples, muito
simples, etc.
Apesar de admitir que a intuição é necessária, Descartes afirma-a não
suficiente, sendo necessária dedução, onde entra o método proposto.
Admitindo-se imperfeito e duvidando até mesmo de seu estado de
vigília, Descartes elabora um método que o leva à verdade. Ao admitir
que o método é apenas para si, Descartes estabelece a dúvida sobre a
validade da aplicação do mesmo, pois creio que para tal todos deveriam
ter a mesmas certezas e a mesma determinação de Descartes.

3.Formule as regras com suas próprias palavras, caracterizando seu
objetivo.
1. "Jamais admitir coisa alguma como verdadeira se não a reconheço
evidentemente como tal "

Nunca confiar nos sentidos, em vez disto procurar todas as evidências
possíveis sobre a veracidade de qualquer coisa, eliminando toda e
qualquer possibilidade de dúvida. Agindo desta forma todos os
conceitos sobre as coisas serão totalmente claros, formando uma visão
de todas as coisas totalmente clara.

2. "Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem
necessárias "

Reduza as dificuldades maiores em suas componentes menores, pois
"pequenas" dificuldades são mais tratáveis do que "grandes"
dificuldades.

3. " Concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais
simples e mais fáceis de serem conhecidos para, aos poucos, como que
por degraus, chegar aos mais complexos "

Entender a complexidade como uma coleção de coisas simples. Tudo pode
ser decomposto e estudado na forma inversa da decomposição. Entendendo
todas as partes menores e a relação entre elas podemos chegar ao
conhecimento de todas as coisas.

4. " Para cada caso, fazer enumerações o mais exatas possíveis (...) a
ponto de estar certo de nada ter omitido "

Para, enfim, chegar ao entendimento de todas as coisas, descrever com
exatidão tudo o que for observado, nos menores e mais precisos
detalhes. O entendimento de cada parte, associado com a análise das
dificuldades menores e a certeza de que tudo é absolutamente claro,
nos levará a verdade.


Bibliografia
[1] : Blackburn, Simon - Dicionário Oxford de filosofia, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar editor, 1997

[2] : Descartes, René - Discurso do método, 2a edição, São Paulo,
Martins Fontes, 1996

[3] : Rodis-Lewis, geneviève - Descartes - uma biografia, Rio de
janeiro, Record, 1995

[4] : Holanda, Aurélio Buarque - Novo dicionáro da língua portuguesa ,
Rio de Janeiro, Nova Fronteira,
1999


TEXTO 2 - Hume
Uma investigação sobre o entendimento humano - da origem das idéias

David Hume (1711-1776) : Escocês. Empírico. Sua filosofia é
considerada, ainda hoje, como a mais importante filosofia empírica.
Inspirou Immanuel Kant na execução de seu próprio projeto filosófico.
Como os grandes pensadores Voltaire e Rousseau, viveu em pleno
iluminismo. Sua obra mais importante foi Tratado sobre a natureza
humana, que foi publicado quando Hume tinha vinte e oito anos. Em 1748
publicou o ensaio Inquirições à respeito da natureza humana. Hume toma
o mundo cotidiano como ponto de partida para sua reflexão. Para ele,
nenhuma filosofia que não aquela a que chegamos pela reflexão sobre o
nosso cotidiano seria capaz de nos conduzir para além dessas mesmas
experiências cotidianas.

1. Por que, para Hume, quanto mais próximos das sensações que as
originais, mais nítidas e, portanto, mais válidas são as idéias ?

Para Hume "... as impressões são fortes e vividas, ao passo que as
idéias são cópias fracas das impressões" [1]

Na opinião de Hume,, mesmo um cético tem que aceitar a existência de
um corpo. Mas as verdades das leis da natureza são apenas as mais
prováveis de acontecer. A causalidade não é objetiva, pois nem sempre
as mesmas causas produzem o mesmos efeitos. A certeza deve ser
substituída pela probabilidade. A expectativa que um evento ocorra é
humano, não está na coisa em si.

"...uma idéia simples se assemelha à sua impressão simples. As idéias
complexas não se assemelham necessariamente a quaisquer idéias
simples, visto advirem de uma combinação de várias idéias simples em
algum novo padrão, que se compõe a partir destas idéias simples por
associação." [1]

Neste caso , segundo Hume, vivenciando as sensações o mais próximo
possível que o original, mais nítidas estas estarão no campo das
idéias, sejam simples ou complexas.



Bibliografia

[1]: Shultz, Duane P., Schultz, Sydney E. História da psicologia
moderna, São Paulo, CULTRIX, 1992
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